Contos em geral, aproveitando a oportunidade da vida dada por Deus, o que gera enormes dúvidas quanto ao destino de cada um frente essa coisa chamada morte. Como um exercício de estar no mundo e de crescimento espiritual, aprendizado e diversão, contribuindo com a construção de uma pessoa melhor consigo mesma e com os outros.
sexta-feira, 23 de março de 2012
Céu Estrelado
-Olha lá bicho, saca só aquele barco!
-Pô, já vi! E daí?
-Ah, desculpa então, foi mal! Só achei bacana aquele barco mesmo...
-Aquele barco mó escroto?
-Desculpa mesmo, foi mal, tens razão, ô barco escrôto meu, vai afundar ou sair voando!!!
Debaixo da linha d'água, os peixes que nadavan seguros pelo horário talvez arriscassem um passeio por debaixo do casco, cheio de cracas e outros bichos, fora a sujeira:
-Pára de falar e me ajuda aqui!!!
-Óia que o ajudante pegou um grande com aquela linha!!!
Era a linha que tinham descolado pro rapaz que a dona do barco tinha arranjado pra passar aquelas duas semanas com a gente, porque saíamos com cinco toneladas de gelo e trazíamos dez toneladas de pescado, e rolava todo dia aquele assado na brasa, até o dia em que você ficasse doente e não pudesse mais embarcar:
-Comeste peixe remoso!
-Assopraste a carne da arraia e engoliste uma espinha!
-Foi cabeça de camarão!
-A merda do caranguejo!
Não era nada disso.
Apenas algo que se ia pra fora com o barco, enquanto você ficava.
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