Era um amigo ruim, mal filho e péssimo irmão.
Quem justamente se importava com ele já havia percebido isso, até o dia em que ele finalmente percebeu, decidindo se matar.
Uma decepção.
Achou que seria fácil, mas é difícil acabar com a própria vida conscientemente: mesmo que numa estrada você se jogue no acostamento em alta velocidade; mesmo que seja ou não atropelado por algum motorista embriagado; mesmo que se atire de um despenhadeiro e se arrebente nas pedras lá embaixo...
Ela não vem quando queremos.
Dá para se levantar, bater a poeira, pensar os machucados e tentar seguir em frente? Fazer quem se ama feliz, para o seu próprio bem?
"Reflita", "Eu te odeio", "Acabou".
Então naquele dia, depois do úlitimo fracasso, sentiu algo inesperado: em uma fração de segundo, passou a desejar mais que tudo viver e o perdão daqueles que amava, como se numa jogada do destino, num golpe de sorte, a moeda número um houvesse virado, caindo finalmente do lado certo.
"Começou"...
Nenhum comentário:
Postar um comentário