Contos em geral, aproveitando a oportunidade da vida dada por Deus, o que gera enormes dúvidas quanto ao destino de cada um frente essa coisa chamada morte. Como um exercício de estar no mundo e de crescimento espiritual, aprendizado e diversão, contribuindo com a construção de uma pessoa melhor consigo mesma e com os outros.
sábado, 3 de março de 2012
Só Agora Tinha Jeito
Nunca se envolva em acidentes, você sempre acaba se metendo numa situação peculiar, que pode redundar com a chamada da perícia, caso não haja acordo verbal entre as partes:
-Tás ficando maluco? Atravessastes o sinal vermelho, seu pateta!
-Pateta é a putaqueopariu! Estavas na contramão, seu safado...
Outro exemplo de que não devemos dar de cara num poste ou num muro, ou em outro veículo, é pela eventualidade de sofrer danos físicos, ou em menor grau, de inflingí-los aos outros:
-Cara, então quando conseguiram serrar a porta, viste mesmo que só tinhas quebrado as duas pernas?
-E quebrei também essa costela, por isso que dói se eu levantar muito o braço esquerdo.
-Que sorte, podia ter sido o direito!
Mas temos que admitir, os acidentes são o meio de subsistência de muita gente: seguradoras, corretores, o sistema de saúde em geral, laboratórios e farmácias, políticos em campanha, enfim, todo tipo de pessoa que tenta se aproveitar da desgraça do próximo e lucrar alguma coisa em cima disso.
Quem precisa viver nessa miséria humana? Ossos, vísceras e sangue exposto não emocionam mais o telespectador, que logo em seguida é convidada a experimentar o novo sabor de um salgadinho, churrasco malpassado, e em poucos anos a população terá retornado ao tempo de nossos antepassados, os índios, e talvez o canibalismo ritual venha a ser substituído por novos flavorizantes sabor carne humana nos salgadinhos de churrasco supracitados, o que seria muito doido.
Mas de acordo com o punhado de pessoas que decidem o que é relevante ou não, continua válida a lei penal, ou seja, não é crime apenas a apropriação de outras culturas próximas à nossa, ao invés da degustação do semelhante como forma de consumo da própria vida que se esvai num momento, quando é impossível olhar para trás, ou quando se deve finalmente partir e esquecer.
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