"We'll choke on our vomit and that will be the end
We are fated to pretend."
Estamos nas primícias da vida. Então vamos escutar umas músicas, ganhar uma grana, casar com modelos. Ou podemos ir para Paris, injetar heroína e transar com estrelas, o que achas?
É você quem decide viver alucinadamente e morrer jovem. Nós sabemos disso, então vamos nos divertir, quem se importa? Para quê procurar empregos em escritórios, acordando calado todo dia de manhã em prol da comunidade? Esqueça agora seus irmãos e seus amigos, porque senão vocês estarão fadados a ter que fingir que se importam uns com os outros o resto da vida.
Infelizmente não há nada que possamos fazer. Os amores serão esquecidos, a vida não pode trazer novidades a todo o tempo, e você vai ter que entender isso. As modelos terão filhos, se divorciarão, serão esquecidas, as pessoas irão encontrar outras modelos, e a vida como sempre seguirá seu curso.
Hoje as coisas não estão mais como costumavam ser, simples, claras, comuns. As pessoas ao meu redor escondem o que são de verdade, ou fingem que no fundo valem alguma coisa, mesmo quando não prestam para nada, além de exibir uma aparência oca e sem maior significado que a marca da roupa que veste no momento, numa confusão inacreditável entre estar e ser.
Ainda assim existem regras de convivência, e não podemos sair por aí mandando os outros se foder, embora às vezes dê uma vontade danada, e mesmo assim a gente pode acabar tomando porrada dos mais suscetíveis. Por isso, aliás, sou a favor de que todos andem armados, pois ninguém seria louco de se meter contigo se soubesse que andas com um revólver ou ao menos uma faca.
Ninguém pode-se dizer santo, eu muitíssimo menos, pelo contrário, mas será que me apontas um só sequer que aches possível salvar desta lama e deste lixo e desta mesquinharia em que se transformou nossa vida, pela ganância e inveja e falta de caráter de tantos imbecis? Será este nosso fim, fingir o que não somos até chegar nossa morte?
Todos os dias deparamos com caras e boca, toda falsas, um sorriso sem emoção, um abraço cálido. Como pode a humanidade viver nesse baile de máscaras? Caro Augusto seu texto expressa uma critica fantástica ao mundo em que vivemos.
ResponderExcluirExcelente!