"Navegar é preciso,
Viver, não é preciso."
Estou aqui, vendo este pôr-do-sol, ouvindo a nossa música preferida, chorando sozinho, sinto tua falta.
O amarelo brilhante do céu, incandescente, risonho, alaranjado, roxo. Tanto olho que fico por instantes com os olhos cegos. Olhar tua tão bela natureza cega os olhos.
As pupilas dilatadas, o cheiro de fumo, as sete moradas por qual passei e o beijo de uma deusa morta.
Este céu incandescente azul-amarelo-laranja-púrpura que não pára de espojar-me, eu sentado à janela olhando pra essa cama desfeita, o final de tarde maravilhoso, ainda consigo sentir tua presença ao meu lado e os beijos, como se a meia hora atrás não tivesses partido...
(O Rádio toca a mesma música, várias em seguida, e você não vai prestar atenção, costumavas esperar até o programa terminar, agora vais embora rápida, como que fugida da tua própria casa!)
-Olha...
-Eu te olho fundo!
-Não, falando sério, apaga essa luz.
-Deixa eu olhar teu corpo delicioso...
-Então me deixa ficar em cima...
:Agora irás saber, a tua ausência me mata, e que pôrra de ausência doída que tem o teu nome! Isso é um erro? É o erro e a punição de quem vive os próprios erros...
Desculpa não escrever mais, eu bem que queria.
De tanto ver o crepúsculo, acabou-se toda a vivacidade do espírito, a luta, a vontade de estar vivo, e a vontade de te dizer, pela última vez:
"-Ficas com quem quiseres, mas todos querem só te comer, descarta pelo menos os otários."
Nenhum comentário:
Postar um comentário