Teve um tempo em que ela não queria mais nada, pois havia construído um muro em volta de si.
Achava que a vida não tinha valor, que era mais fácil foder os outros antes que eles fizessem o mesmo com ela.
Mulher esperta, que por acaso encontrei outro dia na rua:
-Como anda a vida?
-Nem uma coisa nem outra, mas daquele mesmo jeito...
Em outras palavras, continuava batalhando um emprego decente, estudando a faculdade, conhecendo pessoas diferentes a cada dia, procurando alguém em quem confiar.
Mas reconhecia que era difícil: só encontrava no caminho quem não prestava, quem fazia o mal e sentia prazer nisso, o que a deixava triste.
Embora concordando, não podia deixar por menos:
-Eu sei como é foda descobrir que toda essa gente no fundo não presta.
-E agora finalmente já sei como fedem...
-Talvez estejas enganada: ainda vais encontrar alguém que te ame de verdade.
Ela assentiu com a cabeça, mas seu semblante era de completa desilusão:
-Não espero encontrar quem seja! Quem eu amava, sem mais por que me deixou, e vens com esse papo furado? Ora vá...
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