quarta-feira, 11 de abril de 2012

La Mordida




        Sinto o corpo dela.
        Linda, nua na minha frente.
        Estendo as mãs para tocá-la; encosto minha pele na sua pele, minha carne em sua carne.
        Outros espaços.
        Lugares onde a gente vive de verdade.
        Algo aproximado teria a seguinte comparação:
        Um país corrupto que passa a ser governado por anjos.
        Um movimento perfeito do teu corpo, que dá prazer só de olhar.
        A tua boca entreaberta, tua cor, teu cheiro, teu gosto: um mundo desconhecido para mim.
        Como?
        Por quê?
        Mas se a gente continua fazendo as mesmas coisas de sempre! Será possível?
Quem não tem fé em nada torna-se como algo que se abandona: inútil, irrecuperável.
Apenas como lembrança do que passou, como se a vida não passasse de cada momento, e o pensamento é escasso.
        É isso.

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