quinta-feira, 3 de maio de 2012

Funk, Rock, Metal Alternativo




        Tinha acabado de chover.
        O bar estava lotado, as pessoas que passaram a tarde bebendo nas mesas da calçada estavam concentradas debaixo do toldo, e finalmente começavam a dispersar.
        Foi nesse momento que ela chegou:
        -Oi! Finalmente nos encontramos! Que som é esse?
        -Senta aí.
        Puxei uma cadeira e começamos a conversar. Ela podia até não gostar da música, mas pelo menos a cerveja ali tinha um preço justo e naquele dia estava vindo incrivelmente gelada. Perguntei:
        -Quer ir pra outro lugar?
        -Não, está bom assim.
        Frequento aquele bar desde a época em que alugava uma casa ali perto, o dono já me conhecia e vendia birita fiado, então estava tranquilo.
        Ela não falava muito, mas toda vez que bebia um gole sorria pra mim, piscava os olhos e botava a mão na minha coxa, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
       Não me lembro direito como aconteceu, mas em dado momento a gente saiu para passear, rodou a cidade, se desencontrou, nos encontramos novamente, até que sugeri irmos pra casa.
        E o cheiro dessa mulher, Deus!
        Deixou minha cama, os lençóis, a rede, a roupa, os caibros do teto e as telhas de barro, todos morrendo de saudade de viver aquela coisa maravilhosa de novo, mesmo sem saber o que viria a acontecer depois.

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