terça-feira, 12 de março de 2013

Uma Estória Assim



        Ela liga dizendo que está a caminho, e em menos de vinte minutos liga de novo:
        -Já estou aqui te esperando...
        Depois de todo esse tempo eu soube o que fazer assim que a vi; ela sorria, beijei seu rosto, depois sua boca.
        Mas não encontrava palavras. O que dizer?
        -Como vai a vida?
        -Pô, conheço um cara que some com óleo queimado, acreditas?
        -Quando chove à noite bate frio que só...
        -Aí Fulano disse: "Toca Raul!"
        -Curtes Cazuza?
        -Estás muito Gostosa.
        Chegamos em casa, ofereci duas bebidas, ela aceitou água, eu tomei cana.
        E conversamos, buscando lembrar quem éramos de todas as formas, até que em dado momento encostei a língua em sua pele, veio um gosto entre o salgado e doce; senti seu perfume, depois o calor daquela transpiração, do movimento dos quadris, enquanto a cabeça explodia.
        Então ela foi embora e não sei mais o que aconteceu.
        Vi-a dia desses num sonho, ela me abraçou, tentava me dizer alguma coisa mas não pude escutar, alguém batia na porta. levantei e fui ver quem era.
        A mente regressava, rememorando o passado: sobrevinham os viventes como flores pisadas, feito sombras fugazes, impermanentes.
        Num instante a voz dizia: recorde!
        Recordei:
        Três dias sucederam-se: um do passado, apenas justas memórias; outro do presente, daquilo que acontecia. E o último daquilo que estava por vir: o que seria?

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