segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Harry Píter e o Vampiro do Alentejo

Harry Píter, vindo do cinema em que vira pela quinta vez Crepúscuo, chega em casa onde mora com sua mãe, pois seus pais eram separados,  e encontra-a sentada no sofá que ficava de costas para a porta. Percebe que há mais alguém ao lado dela, com a cabeça apoiada em seu ombro. É estranho, pois esta pessoa parece ser o pai de Harry, que há anos não falava com eles. Estranho também que os dois não tenham se virado ao ouvi-lo entrar...
Píter se aproxima. A tevê está ligada numa novela, mas aqueles dois no sofá não podiam assistir a mais nada. Ambos, sua mãe e realmente seu pai, estavam mortos, com enormes marcas de presas no pescoço, como se tivessem sido sugados por um morcego gigante. Desesperado, Píter sente-se observado, o coração transbordando de medo. Teme que o que quer que tenha acontecido a seus pais possa acontecer-lhe naquele momento, pois o assassino ainda poderia estar ali. Ele tenta então sair de casa, mas não consegue. Suas pernas estão paralisadas. Há um homem muito pálido próximo de si, parado ao pé da porta...
Um grito de pavor fica preso em sua garganta. Além de paralisado ele também não consegue falar. Algum tipo de energia maligna parecia desprender-se do estranho à sua frente, inibindo seus movimentos. Ele tenta pegar o celular para ligar pra a polícia, mas sabe que o homem não o deixará fazer isso. A fim de ganhar tempo para bolar alguma coisa, Harry consegue balbuciar as seguintes palavras:
- Que-quem é você? O-o que fizestes co-com meus pais?
Nisso, a estranha persona vestida de negro, numa velocidade espantosa que não permitia a leitura de seus movimentos, chega-se para perto de Píter e segura seu pulso direito.  Justamente o que ele tentava enfiar no bolso para pegar o telefone e discar a emergência, na esperança de que o outro não percebesse a ousada manobra. O estranho tem a mão muito branca e   gelada ao segurar-lhe o pulso, dizendo-lhe em seguida, numa voz que há muito não via a luz do sol:
-Não tente nenhuma gracinha Harry Potter, se não estás a querer imediatemente o mesmo destino de seus pais! Chamo-me Pedro Carneiro e sou um Vampiro  do Alentejo!  Vim de Portugal até cá buscar o que  me pertence! Hua-hua-hua-hua-hua-hua-hua-hua!
Sua risada era maquiavélica. Pôde notar os caninos manchados de sangue da última refeição destacados em sua dentição perfeita, sob um vasto bigode. O Vampiro Pedro tornou a falar, com um forte acento luso em cada palavra:
-Vamos, não me faças perder tempo! Diga-me! Está onde a Pedra Filosofal, ora pois?
Sem saber que diabos aquele bigodudo albino cheirando a bacalhau queria com ele, Píter tomou coragem e indagou:
- Pe-pedra Filosofal? Que diabos é isso? Harry Potter? Meu nome é Harry Píter, você deve ter me confundido com alguém...
- Raios, raios duplos! Você não é Harry Potter? Ora veja, que droga! Desde que cheguei cá ao Brasil, és já o quinto a confundir-me esta semana, ó gajo! Bolas, desculpa-me pois o haver sugado o sangue de teus progenitores. Aqui se pelo menos tivesse um bom vinho do porto... Mas que furo, ó pá! Adeus então, que estou a ir-me!
E assim ia embora o primeiro vampiro de verdade que Harry Píter conhecia, depos de ter sugado o sangue de seus pais, que ele não fazia ideia do porquê estarem juntos, pois como já foi dito, eles eram divorciados, além do que não se falavam fazia tempo...
 


Um comentário:

  1. Há alguma escorregadas na pontuação, mas isso não interfere muito no conto. Achei a ideia muito criativa e a narração te conduz pela história; até por partes sombrias. Só tenho pena que seja um conto, pois acabou que não teve o desenvolvimento necessário para a trama. O fim foi um pouco abrupto, mas mesmo assim não estraga um bom conto. Somente o tornaria melhor. Mesmo assim, gostei bastante!
    Wendy.

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