domingo, 4 de setembro de 2011

Liga Humana Caramba

     
        Enquanto as coisas simples aconteciam simultaneamente, meu irmão ia para a rua. Eu ficava pois que escovando os dentes com pena de tirar da boca o gosto daquela comida tão boa. Minha irmã pré-adolescente não larga mais o computador, e agora está pesquisando como construir um terrário e um jardim de inverno em casa. Temos agora dois cachorros, e eu não faço a mínima idéia de onde apareceu o segundo, tem quatro meses e é enorme. Tudo isso acontecia ao  meu redor sem depepender da vontade de ninguém em especial, pois tinha de acontecer em algum lugar, mas absolutamente não dizia respeito à mim:
Prefiro...
Sinto...
Sou!
- Diz pra eu fazer o que você quer, eu não sei também.
- O que você disse?
- Pegou a tua carteira que estava em cima da cama?
- Pô, é mesmo, eu me esqueci! Sobe lá e pega pra mim?
- Por favor, né meu empregado.
- Ha ha ha ha ha, é mesmo, foi mal...
- Arrrrrrrgghhhhh!!!
Fazer o quê, não é mesmo? Depois de certificar-se que nada necessário tinha ficado para trás, uma hora e meia após o horário combinado, ele finalmente conseguia sair de casa. Quando fui capaz de dizer tudo o que era verdade para mim, para quem realmente importava, não para aquelas pessoas mesquinhas que me cobravam o que é a verdade, algo foi mudado. Mas depois desse algo acontecer, tudo o que era vontade de quem veio perguntar, com certeza por maldade, se aquilo tinha mesmo acontecido, não respondi. Não te disse nada porque achei que seria estranho, mas pensei logo em seguida te dizer, chamar a tua atenção pro meu alarde. Queria dizer-te o seguinte:
Eram seis da tarde
você meteu a cara pela janela
lá em cima
(que a porta eu tranco quando durmo
seis da tarde)
em menos de um minuto
com a kombi parada na porta
a gente conversou
e você deixou essa vela
sem luz, resolvi ler a bíblia
e foi aí que aconteceu a coisa estanha...
A cada palavra que eu lia
parecia dita diretamente para mim
respondendo minhas perguntas
me tranqüilizando e dando fé
de que as coisas iam melhorar
sempre!
Mas somos o que somos
e por isso mesmo
não nos aguentamos...

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