quinta-feira, 12 de abril de 2012

Abacateiro




Caminhávamos pela areia quente, sentindo o sol na cara. Ela fingia não se incomodar.
        Tínhamos medo porque precisávamos tanto um do outro.
        -Não é por aí...
        Tudo depende do que se faz e do que se deixa de fazer; de como se ganha a vida mais ou menos: vale menos quem ganha menos.
        E o mais importante do mundo, o que é?
        -Essa é uma resposta muito pessoal.
         "Lembro da época em que vivíamos sob um telhado de palha: quando ameaçava chuva, você com frio e medo me dizia pra te abraçar com força, sem saber que eu mesmo vivia do teu calor...
        A mesma estória batida: gente se encontrando por acaso.
        Mas é apenas uma melodia, que na maior parte do tempo ignoramos. Até o ponto em que chega mais perto, se torna audível e podemos conhecê-la.
        E diz num sussurro palavras tão antigas.
        Com seus olhos, sua boca.
        Refazendo tudo.

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