terça-feira, 27 de setembro de 2011

Não É Crime Ser Chato

         Murilo era um cara muito chato. Desde pequeno, seus pais notaram este detalhe de sua personalidade, e foi enorme o esforço que fizeram para que perdesse a mania de torrar a paciência dos outros, infelizmente em vão.
Na escola os amiguinhos não suportavam sua presença, pois se metia em tudo embora não soubesse de nada, e nem estava disposto a aprender, justamente por achar que já sabia, e assim acabava fazendo as maiores merdas possíveis, sem querer ouvir os conselhos dos outros para poder viver melhor:
-Murilinho, não é desse jeito, tenta com esse daqui...
-Não, vai dar certo sim! Quer ver olha só professora!
-Buuuuuuuuummmmm!!!!
E tudo ia pelos ares, quebrava, sujava, trincava, manchava, desfazia, desconcertava, abria, fechava, enfim, sempre acontecia o contrário do esperado por ele, embora o resultado fosse previsível por qualquer um pouco menos teimoso.
Em casa não era diferente: quando completou dez anos, era impossível fazer até as refeiçoes ao lado dele, pois não parava de encher o saco:
-Não gosto de quiabo! Esse não é o meu copo! Separa as cebolas pra mim? Hoje não tem sobremesa? Não acredito que você fez isso comigo, mãe! Pai, dá dinheiro pra comprar um boneco dos Bananas de Pijamas? O gelo do meu refri derreteu, não quero mais! Tira desse jornal e pôe no cinco que vai começar o Chaves!
Felizmente, antes que decidissem expulsá-lo de casa, ele aos quinze anos fugiu (na verdade passou o dia inteiro bundeando por aí e esqueceu de avisar, pois era tão chato que fazia questão de que todos soubessem onde estava e o que fazia), no que seus pais aproveitaram e mudaram de cidade e depois de país, deixando para trás a casa desabitada, pois assim quem sabe ela caísse na cabeça dele.
Quando se viu sozinho, seu primeiro pensamento foi o quanto seus progenitores eram ingratos: pelo filho maravilhoso que ele era merecia ao menos um bilhete de despedida. Ao invés de entrar em desespero, achou bom não ter ninguém por perto para chateá-lo (?), pois para um chato que se preza, chatos são os outros, e decidiu viver a vida como desse.
O primeiro emprego foi relativamente fácil de arranjar, de tanto que encheu o saco do patrão, que o contratou unicamente para punir os outros empregados preguiçosos, que depois de uma semana não aguentavam e pediam para que ele fosse transferido de setor. Dessa forma, acabou conhecendo todos os departamentos da empresa em pouco tempo, avançando rapidamente em sua carreira, até que abriu o próprio negócio: um serviço de supervisores chatos para empresas com baixa produtividade.
E quando abriam vagas para novos chatos, eram tantos os que apareciam, que certo dia, quando a fila já dava duas voltas no quarteirão, o prédio não aguentou e caiu na cabeça dele.

2 comentários:

  1. HUASUHAUSAHSAHSAHUSAHSHASUASHAUSHAUSHAUHSAUHSA

    Adorei shuauhsuhahushuahushuahusahusuha

    A parte dos Bananas de Pijamas foi lendária!!! kkkkkkkkkkk Seu conto me lembrou uma frase: É pouca cadeira pra tanta Cláudia! :p

    abraço!

    ResponderExcluir
  2. EU NEM IA COMENTAR , MAS GOSTARIA DE SABER DOS BENEFICIOS DE SER CHATO, NÃOACREDITO QUE SER CHATO É CHATO E PRONTO, O QUE VC QUIZ DIZER É CHATO, É IMPERTINENTE, EU QUERO QUE VC ME FALE DE UMA CHATICE PERTINENTE E NECESSÁRIA, ISSO É PAPO DE PEÃO RECLAMANDO DO PATRÃO, ESTREMAMENTE CHATO!

    ResponderExcluir