sábado, 31 de dezembro de 2011

Cravelhamento Teísta

       Deus quando criou o mundo em sua Justiça, distribuiu tudo igualmente entre os homens, que apenas devido sua natural cupidez e ganância se dispuseram a sacanear uns aos outros, juntando a maior quantidade possível de bens sob o custo do suor e da vida do próximo, até que este morra de fome aos nossos pés, exaurido de sua última gota de sangue, pouco importa.
       Olhe ao redor, olhe para você: o egoísmo é tão comum que a únca coisa que pensamos em fazer com nossas vidas é acumular o que seja; é controlar aqueles que nos cercam com as ardilosidades mais miseráveis e mesquinhas, com os planos mais diabólicos, com o medo e a coerção, provando mais uma vez que o homem em seu interior é um perfeito tirano.
        Mas existem coisas impossíveis de acumularmos sob o risco de perdê-las, o que é inconcebível do ponto de vista financeiro mercadológico. Ao contrário, você deveria doá-las ao maior número possível de pessoas, sob o risco de algo morrer para sempre dentro de você, feito um animal sufocado dentro duma caixa escura:
        -E o que é isso que dá pra sair distribuindo assim? Com certeza não é dinheiro!
        Não sei. E se for dinheiro? Pode ser qualquer coisa que exista, mas pode ser também  algo que não exista, que só pode vir à tona neste mundo através de uma disposição de espírito particular das pessoas em seus atos, independentemente do ato. Por que  não distribuir dinheiro? Ou sorrisos, ou abraços, um bom dia, um carro conversível, um elogio, um afago, uma boa música, um assobio, uma garrafa de birita, qualquer coisa que você queira dar para quem quer que seja, mas que esse alguém possa olhar no fundo de seus olhos e agradecer-lhe com toda a sinceridade da alma.

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