segunda-feira, 12 de março de 2012

Caracteres Miúdos




        Escrevinhando, baixinho, silêncio.
        Começa um prelúdio, um acorde de violino que no ar encontra um acorde mais grave, só que o resultado parece estranho aos ouvidos. De um momento para outro o salão reverbera abalado bor batidas ritmadas no couro sintético do instrumento que deixa quem estiver tocando assim, surdo.
        -Não repique, pois que danças!
        E era a mais pura verdade. Pelo menos naquele pedaço de mundo, e talvez fosse possível que no restante dele, todos ali dançavam, e como dançávamos:
        -Vou te ensinar um passo novo!
        -Eu tento passar.
        -Já eu sou novo e passo por tudo!
        -Já eu passo por tudo de novo...
        Mas as musiquinhas eram umas merdas, nada que prestasse ou ao menos fosse diferente do que já existe na música de hoje em dia que fala dos caras com tesão querendo manter relações com as jovens donzelas pudicas que encontram:
        -Ha ha ha ha ha h ah ah ah ah ah ah ah
        Sabe todo dia sentar num lugar e passar uma hora a troco de nada, fazendo o que amas? O cara mais tosco do mundo, que ouve músicas na cabeça enquanto seu melhor amigo é por enquanto...

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