segunda-feira, 19 de março de 2012

Uma Estória Geral




        Ali a vida era mais tranquila apenas em termos, pois fazía-se muito esforço físico. Para se ter uma idéia, tinha de caminhar uns cinco quilômetros todo dia se quisesse comer pão, gênero que não podia faltar na mesa, assim como o peixe e a farinha, e às vezes um feijão com arroz quando dava.
       Para beber era água, café ou cachaça, as frutas da época, e acima de tudo bebia-se a calma daquele lugar. A sensação de liberdade, a amplidão do céu que se confundia com o mar no horizonte, a areia sob os pés, o calor, vento, água, e mesmo sob um teto de palha vivia-se no maior dos palácios.
        E bastaria erguer-se dali e ir embora, se tivesse vontade de ir para outros lugares.
        Com apenas um gesto mudaria novamente sua vida, mas não tinha certeza se deveria fazê-lo.
        Entre os partidários havia os que insistiam para que saísse dali, provavelmente achando que ele ia acabar se fodendo como todos os outros.
        Mas havia também os que realmente criam ser possível melhorar.
        -Melhorar o que? Está com calor, te joga na maré; com frio, veste a blusa; tens fome, come; com sede, bebe; cansado, dorme. Viva a dor e o prazer de cada dia, um dia de cada vez.    

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