quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Ao Acaso Que Determina

        O fluxo de conciência estava uma merda: bukowski, labirintite, hidrofobia, música pop, e a televisão ligada o dia inteiro. Foi o dia mais triste da minha vida.
        Não tinha nada pra fazer, todo mundo saindo fora, resolvi sentar no banco da praça, comecei a confeccionar; aí um camarada ajeitou o ferro do meu lado e perguntou:
        -Posso sentar?
        -Se não vais me roubar, fica a vontade...
        -Quê isso, negão!!! Vou te roubar não! Me conhecem por " Cintra" !
        -Tá na mão, viste o Múcio?
        -Êh, chegado, será que é esse rapaz aqui?
         Putz! E era justo aquele maluco mesmo...
        E se durante nossa vida fazemos muitas perversidades ou coisas erradas, é porque o mais incrível é o quanto somos teimosos e custamos a mudar alguma coisa evidentemente tola em nossa atitude:
        -Pôrra, ainda estás fumando esta porcaria! Não tinhas parado?
        -Pois então, sabe como é o vício.
        -Tsc, tsc...
        E lá ia embora com o pulmão estragado o desgraçado, vinte anos depois, fumante inveterado apodrecido pelo enfisema.
        Mas quem dera as atitudes idiotas que ponderadamente adotamos pudessem em suas consequências atingir apenas o asno quem as praticou! No final de tudo, o pior é que aquele ditado de nossos avós continua válido:
"Quem faz muita merda, sempre acaba dando um jeito de espirrar nos outros."

Nenhum comentário:

Postar um comentário